- Introdução
- Processo
- Tecnologias e padrões
- Gerar projeto inicial
- Criar schema da aplicação
- Configurar projeto para testes
- Implementação das validações
- Como testar a aplicação
- Conclusão
- Alguns casos de teste
O problema consiste em validar uma senha com base nas regras fornecidas na requisição, depois, retornar se a senha é válida e, se não for, listar quais regras aquela senha fere.
- minSize: tem pelo menos x caracteres.
- minUppercase: tem pelo menos x caracteres maiúsculos
- minLowercase: tem pelo menos x caracteres minúsculos
- minDigit: tem pelo menos x dígitos (0-9)
- minSpecialChars: tem pelo menos x caracteres especiais (Os caracteres especiais são os
caracteres da seguinte string:
!@#$%^&*()-+\/{}[]
) - noRepeted: não tenha nenhum caractere repetido em sequência ( ou seja, "aab" viola esta condição, mas "aba" não)
Com exceção da noRepeted, todas as regras tem um valor numérico para indicar a ocorrência mínima do que a regra valida. O noRepeted sempre recebe o valor 0
. Se outro valor for passado, não mudará o comportamento.
Na seção Alguns casos de teste você pode ver alguns exemplos de requisições e o que elas devem retornar.
Abaixo está descrito meu processo, desde a decisão das tecnologias e padrões, passando pelo raciocínio dos problemas até a solução final.
Eu decidi usar golang
para resolver o desafio, visto que a linguagem está na stack da Studio Sol e que eu usei .NET no meu outro desafio e não conseguiram testar. Também decidi usar GraphQL porque vale mais pontos no processo.
Para facilitar a execução da aplicação e deploy para algum ambiente, resolvi criar uma Dockerfile
para gerar uma imagem de container e um pipeline para garantir que tudo funciona, gerar a imagem e fazer o deploy automaticamente.
- golang
- gqlgen (para facilitar o uso do GraphQL em go)
- ginkgo e gomega (para testes)
- Docker
- Github e Github Actions
- Heroku e Cloudflare (para deploy da aplicação)
Meu primeiro passo foi criar o projeto usando o gqlgen.
Depois que o projeto foi gerado, parti para a criação da Dockerfile
.
Por último, com o projeto criado e a Dockerfile pronta, criei o pipeline com Github Actions para automatizar o deploy da aplicação.
Quando a aplicação já estava funcionando no Heroku e o pipeline estava configurado, eu adicionei um domínio customizado usando o Cloudflare.
As rotas ficaram:
- Playground: https://studio-sol-back-end-test.gabrielbrandao.net
- Endpoint GraphQL: https://studio-sol-back-end-test.gabrielbrandao.net/graphql
O próximo passo foi editar o arquivo schema.graphqls
para configurar a query verify
e seus tipos. Depois, o script generate
da gqlgen atualizou os códigos com base no novo esquema graphql.
Veja o schema aqui.
Eu resolvi utilizar o ginkgo e o gomega porque eu gosto da estrutura que eles fornecem para escrita de testes, acho que os testes ficam mais legíveis e organizados, além de mais fáceis de escrever. E, como eu desenvolvo com TDD, usar essas bibliotecas me traz mais produtividade para escrever muitos testes.
Essas bibliotecas possuem uma sintaxe baseada no BDD, o que vai faicilitar muito o entendimento do que o código faz pela leitura dos testes.
Então, antes de começar o desenvolvimento, eu configurei o projeto e o pipeline para utilizarem a ginkgo CLI.
Meu primeiro passo foi escrever testes de integração que testassem alguns casos da query verify
, inclusive o caso fornecido na descrição da prova. Depois que eu tivesse os testes de integração falhando, eu seguiria o ciclo do TDD com testes de unidade até que a feature estivesse completa e os testes de integração também passassem.
Escrevi testes de integração parametrizados com as mesmas regras do exemplo da prova (minSize, minSpecialChars, noRepeted, minDigit). Coloquei alguns casos de testes apenas com essas regras para começar. Depois que elas estivessem implementadas eu acrescentaria mais casos de testes de integração para cobrir as outras regras.
Uma das minhas primeiras ideias para implementação das validações era usar o padrão Chain of Responsibility. No entanto, também tive a ideia de utilizar o Strategy Pattern e chamar cada strategy na ordem que aparecesse na coleção de regras da requisição.
A segunda opção me pareceu mais simples, além de me permitir retornar as regras que não fossem cumpridas na mesma ordem que elas viesse na requisição.
Tendo decidido que usaria o Strategy Pattern, comecei a implementar os strategies, um por um, sempre seguindo o ciclo do TDD.
Iniciei pela validação que me pareceu mais simples, a minSize
.
Essa validação consiste em retornar inválido para senhas menores que o valor fornecido para o minSize
e retornar válido para senhas maiores ou de tamanho igual ao valor fornecido para minSize
.
As validações de minDigit
e minSpecialChars
são relativamente simples, também. As duas podem ser resolvidas facilmente usando Regex. Comecei pela de dígitos porque a expressão regular é mais simples.
A validação consiste em encontrar todos as ocorrências de um dígito numérico dentro da senha, retornar inválido se o número de ocorrências for menor que o valor minDigit
ou retornar válido se o número de ocorrências for maior ou igual ao valor minDigit
.
A expressão regular é: \d
A lógica do minSpecialChars
é a mesma do minDigit, mas a expressão regular é: [!@#$%^&*()\-+\\\/{}\[\]]
A regra noRepeted
foge mais da lógica das outras regras. A solução que eu pensei foi a seguinte, comprimir todos os caracteres repetidos consecutivos da senha em um só e comparar o tamanho da senha comprimida com a senha original.
Se a senha comprimida e a senha original forem iguais, a regra passou. Se elas forem diferentes, a regra não passou.
Exemplos:
-
Sucesso: A senha "abacate123", depois de comprimida, continua "abacate123".
-
Falha: A senha "Opaaa73", depois de comprimida, vira "Opa73" (diferente da original).
O PasswordValidationService
vai ser o serviço responsável por chamar as strategies em ordem e retornar a validação completa para o resolver
da query verify.
Ele recebe um map que atrela os nomes das regras de validação às suas respectivas estratégias.
Com o serviço de validação implementado, eu criei uma factory para a implementação padrão, fiz a injeção no resolver e chamei o serviço no resolver da query verify.
Nesse ponto, todos os testes estavam passando (de integração e de unidade). Eu testei alguns casos manualmente pelo playground da aplicação e tudo funcionou.
Até o momento apenas as regras minSize, minDigit, minSpecialChars e noRepeted haviam sido implementadas, mas a estrutura já estava preparada para receber as regras restantes facilmente.
Olhando as regras que ainda não estavam implementadas e comparando com as lógicas de validação de minDigit
e minSpecialChars
, eu percebi que elas teriam certo nível de duplicação e uma refatoração podia ser feita para todas as validações que usassem Regex.
Então, antes de escrever mais testes e implementar as regras novas, eu resolvi refatorar as estratégias de Regex existentes para usar o mesmo código, mudando apenas a expressão regular.
Criei uma struct base com a lógica de validação com base em uma expressão. Depois atualizei as estratégias minSpecialChars
e minDigit
para utilizar a implementação, cada uma passando sua própria expressão regular de validação.
As duas estratégias restantes, minUppercase e minLowerCase se aproveitam da struct base de validação regex, porém cada uma com sua expressão:
- minUppercase:
[A-Z]
- minLowercase:
[a-z]
Então, escrevi mais testes de integração que incluíssem essas regras, depois escrevi testes de unidade para implementar cada estratégia e finalizar as implementações das regras.
Nesse ponto, todas as regras estavam implementadas e todos os testes automatizados e manuais passando.
Nas seções seguintes, você encontra as instruções para rodar a aplicação, assim como alguns casos de teste de exemplo.
Para executar localmente você precisa ter go 1.19
instalado.
# Navegue até pasta raiz do projeto
cd <pasta-onde-está-o-projeto>/studio-sol-back-end-test
# Execute a aplicação
go run cmd/server/server.go
A aplicação decide a porta pela variável de ambiente PORT
. Caso nenhuma seja fornecida, a porta padrão é a 8080. As rotas são as seguintes:
Endpoint graphql: http://localhost:8080/graphql
Playground GraphQL: http://localhost:8080
Lembre-se de trocar a porta se tiver fornecido um valor para a variável de ambiente
PORT
.
Caso não tenha go 1.19
instalado, pode ser mais simples utilizar um container para testar.
# Navegue até pasta raiz do projeto
cd <pasta-onde-está-o-projeto>/studio-sol-back-end-test
# Faça o build da imagem
docker build -t studio-sol-back-end-test .
# Rode o container
docker run -d -p 8080:8080 --name studio-sol-back-end-test studio-sol-back-end-test
As rotas são as seguintes:
Endpoint graphql: http://localhost:8080/graphql
Playground GraphQL: http://localhost:8080
Você também pode passar outra porta ser usada pela aplicação:
docker run -d -e PORT=8000 -p 8080:8000 --name studio-sol-back-end-test studio-sol-back-end-test
A aplicação também está hospedada, então você pode testá-la nesses links:
Endpoint graphql: https://studio-sol-back-end-test.gabrielbrandao.net/graphql
Playground GraphQL: https://studio-sol-back-end-test.gabrielbrandao.net
Caso 1:
-
Entrada:
{ verify( password: "ee123&" rules: [{rule: "minSize", value: 8}, {rule: "minSpecialChars", value: 2}, {rule: "noRepeted", value: 0}, {rule: "minDigit", value: 4}, {rule: "minUppercase", value: 7}] ) { verify noMatch } }
-
Saída:
{ "data": { "verify": { "verify": false, "noMatch": [ "minSize", "minSpecialChars", "noRepeted", "minDigit", "minUppercase" ] } } }
Caso 2:
-
Entrada:
query { verify(password: "TesteSenhaForte!123&", rules: [ {rule: "minSize",value: 8}, {rule: "minSpecialChars",value: 2}, {rule: "noRepeted",value: 0}, {rule: "minDigit",value: 4} ]) { verify noMatch } }
-
Saída:
{ "data": { "verify": { "verify": false, "noMatch": [ "minDigit" ] } } }
Caso 3:
-
Entrada:
query { verify(password: "M!nhaS3nh@", rules: [ {rule: "minSize",value: 8}, {rule: "minSpecialChars",value: 2}, {rule: "minDigit",value: 1} ]) { verify noMatch } }
-
Saída:
{ "data": { "verify": { "verify": true, "noMatch": [] } } }